Por Carine Flores | Foto: Marcos Sandes
Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, a alta foi superior a 600% e, nos casos da dengue, o aumento de 22%. População é decisiva no combate às doenças
A Prefeitura de Araguaína está intensificando as ações de controle para conter o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O Plano Municipal de Contingência 2023, publicado no Diário Oficial no dia 22 de dezembro de 2022, apresenta ações que estabelecem o controle das doenças.
“O plano é anual e, em 2023, nossa missão maior é conter os casos de chikungunya, que no ano passado registrou um aumento superior a 600%”, explica Eduardo Freitas, superintendente da Vigilância Epidemiológica de Araguaína.
Ainda conforme o órgão, as ações em Araguaína vão ocorrer ao longo do ano e serão reforçadas no período epidêmico, que se estende até maio. “Vamos intensificar as visitas nas casas para eliminar focos em qualquer recipiente que acumule água parada, o que é propício para o criadouro do mosquito. A população é nossa principal aliada nesse combate”, reforçou o superintendente Eduardo.
Carro fumacê
O Plano de Contingência tem como foco o mosquito transmissor das arboviroses, além de conscientizar a população e profissionais da saúde sobre cuidados, sintomas, diagnóstico e tratamento. Entre as ações da Secretaria da Saúde de Araguaína para intensificar o combate ao Aedes aegypti está o uso do carro fumacê, que, a partir do dia 18, irá percorrer locais com mais índices.
População responsável
Além das ações do poder público, a médica veterinária do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Mariana Parente, lembra que a participação da população no combate ao Aedes aegypti é fundamental e decisivo para o controle das doenças.
“Se cada morador dedicar pelo menos 10 minutos por semana para verificar seus quintais, já é uma ajuda enorme para o combate ao mosquito. Algumas atitudes simples fazem a diferença, como recolher lixo e recipientes que possam acumular água, eliminar pneus e garrafas vazias, e ainda manter a caixa d’água fechada e limpa”, orienta a médica veterinária.
Proprietários de terrenos não edificados, os chamados lotes baldios, também precisam fazer a roçagem periódica para evitar o mato alto e facilitar o trabalho dos agentes de combate a endemias. Outro ponto fundamental é permitir sempre o acesso do agente na residência, pois ele auxiliará o morador na identificação dos focos do mosquito.
Casos registrados
Conforme relatório da área técnica da Vigilância Epidemiológica, Araguaína registrou em 2021, 77 casos de dengue com sinais de alarme. Em 2022, o número subiu para 94, registrando um aumento de 22%.
Já nos de Chikungunya, foram 19 casos em 2021 e 133 em 2022, um aumento de mais de 600%.
Sintomas
Os principais sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça, fadiga, náuseas, vômitos, vermelhidão e coceira na pele. Nas formas mais graves, a dengue pode provocar hemorragia interna em órgãos e tecidos, levando ao óbito.
Em contato com o zika, o paciente pode apresentar dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos.
Com relação à chikungunya, que foi a doença que mais registrou casos em Araguaína, pacientes podem sofrer com febre alta, inchaços, dores intensas nas articulações de pés e mãos (dedos e pulsos), dores de cabeça e limitações de movimentos.
Tratamento
Embora os sintomas sejam parecidos, o tratamento é diferente para cada doença. Diante disso, a Secretaria da Saúde de Araguaína orienta que, no aparecimento dos primeiros sintomas, o morador deve procurar imediatamente a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima da residência para dar início ao tratamento adequado.
A população tem participação decisiva no combate ao mosquito fazendo a limpeza periódica dos quintais e evitando jogar lixo em locais indevidos