Jeane Lopes é mãe de dois filhos e a última personagem da série de entrevistas em homenagem ao Dia das Mães. Ela compartilha os desafios de conciliar o trabalho com a maternidade, cuidados pessoais, lar e casamento
Por Giovanna Hermice | Foto: Marcos Sandes/Ascom
A terceira personagem da série “Mães reais” é a servidora pública e técnica em enfermagem Jeane Lopes, de 37 anos, casada e mãe de dois filhos: o pequeno João Aurélio, de 4 anos, e a Laura Sofia, de 9 anos. As entrevistas, em comemoração ao Dia das Mães, celebrado no próximo dia 8, mostram histórias de mulheres que vivenciam a maternidade em meio aos preconceitos, desafios na gestão do tempo e o autocuidado.
Jeane mudou-se para Araguaína com o marido Marcos Aurélio, vindo do Maranhão, após ser convocada como técnica de enfermagem do Hospital Regional, no concurso público do Estado. Na cidade, ela fez amigos, comprou uma casa e dois anos depois decidiu com o marido construir uma família.
Segundo a técnica de enfermagem, por meio da maternidade, foi possível descobrir um sentido novo para tudo que já havia vivido. “Quando colocaram aquele ser tão pequeno no meu colo, descobri que nunca havia amado alguém na vida e daquele dia em diante tudo o que eu quis é cuidar e proteger”.
Desafios emocionais
Quando a primogênita Laura Sofia estava com 30 dias, diante das responsabilidades e dos desafios em ser mãe, Jeane relembra que teve um princípio de depressão pós-parto. “Houve momentos bem críticos, um deles minha filha estava chorando com cólica, eu havia dado remédio, amamentado, fiz tudo o que podia, até que fui para sala e deixei ela chorando”.
O marido percebeu a situação, ofereceu suporte fundamental para o quadro não evoluir e no processo de adaptação. “Ele acalentou nossa filha, fez ela dormir e depois veio me acalmar, pois eu só sabia chorar, eu achava que não daria conta de cuidar dela”.
Maternidade no dia a dia
Jeane trabalha em uma jornada de 12 por 36 horas, enquanto está no hospital conta com o apoio de uma babá e durante as suas folgas busca conciliar os diversos papéis sociais que ocupa, tarefa desafiadora para ela.
“Quando estou no hospital desempenho a função de técnica de enfermagem, mas em casa tenho que limpar, arrumar os meninos, fazer comida, ser esposa e ter meu autocuidado. A maternidade no dia a dia é ardilosa, dá trabalho”.
Paixão em cuidar
Além do tempo com a família, é no serviço que a técnica de enfermagem reabastece as energias e se sente realizada como mulher. Aos 3 anos de idade, Jeane teve o corpo queimado enquanto brincava com uma vela. Na época, as chances de sobreviver às queimaduras eram raras, foram necessários seis meses de internação hospitalar.
Atualmente, ela carrega cicatrizes no rosto e braços do acidente, mas sobretudo a certeza do que nasceu para fazer. “Acredito que foi nessa fase que desenvolvi interesse em atuar na área da saúde, nunca tive medo de sangue e sempre fui aquela pessoa que fazia os curativos dos amigos e familiares. Eu amo minha profissão”.
“Quando estou no hospital desempenho a função de técnica de enfermagem, mas em casa tenho que limpar, arrumar os meninos, fazer comida, ser esposa e ter meu autocuidado. A maternidade no dia a dia é ardilosa, dá trabalho”, diz personagem sobre