No Dia de Finados, 2, Cirlei Nunes e milhares de araguaineses visitaram os cemitérios públicos São Lázaro e Monte Sinal para homenagear os entes queridos
Por Giovanna Hermice | Fotos: Marcos Sandes/Ascom
Há três anos, a maneira que a dona Cirlei Nunes, de 76 anos, encontrou de se sentir mais próxima do seu primeiro e único amor é visitando o túmulo dele. Ela faz isso tradicionalmente no Dia de Finados, 2, última quarta-feira, no Cemitério São Lázaro, em Araguaína.
A viúva não mede esforços para enfeitar a lápide com coroa de flores, se curvar ao manter o local limpo e fazer uma oração. “Estar aqui é uma forma de amor e carinho, pois ele foi o meu primeiro namorado, com quem me casei e vivi 56 anos, o meu único amor. Nós dois nos conhecemos no colégio”.
Além da saudade e das memórias construídas, o casal também teve duas filhas. Para a viúva, o amor entre os dois continua vivo. “Minha família está toda em Ipameri, Goiás, mas eu escolhi continuar morando aqui, pois não quero deixá-lo, quero ficar perto dele”, finalizou emocionada.
Tradição familiar
Mais de 50 mil pessoas passaram pelos cemitérios públicos São Lázaro e Monte Sinai, cada uma com a sua história e forma de enxergar a morte. “Saudade a gente tem, mas tristeza jamais, pois é uma lembrança que sempre vai ficar, somos somente matéria, todos nós um dia partiremos”, explicou o vendedor Adriano Soares, de 38 anos, que também levou a filha.
“Há quatro anos, no primeiro jogo da Copa edo Mundo eu perdi meu filho, desde então eu trago a minha neta aqui, pois para mim significa um dia para lembrar dos bons momentos que vivemos. É um momento que a gente para de trabalhar, de fazer nossos afazeres em casa para prestar essa homenagem aos nossos entes queridos”, contou a professora Vilma Brito, de 46 anos.
Aos 8 anos, a neta de Vilma já é capaz de entender o significado do Dia de Finados. “Eu estou com muita saudade do meu pai, por isso sinto prazer em vir aqui e ficar mais perto dele”, disse Sophia Brito.
Estrutura
Para receber os visitantes das 6 às 18 horas, a Prefeitura de Araguaína preparou uma estrutura com tendas, bebedouro e banheiro móvel climatizado. Três missas foram realizadas, além de louvores, mensagens e cafés distribuídos pelas comunidades católica e evangélica.
Um dos pontos mais visitados é o túmulo de Pedro Milagroso, que faleceu em 1962. No local, foi construída uma capela, onde muitos religiosos vão interceder pelo santo, fazer orações e agradecimentos.
Maior movimentação
Na entrada dos cemitérios e ao entorno, fileiras de barracas estavam montadas para a venda de flores, velas, alimentos e outros produtos. A quantidade superou a de 2021, em que o número de barracas cadastradas aumentou de 28 para 36, com a isenção de taxas neste ano.
Para atender a procura e superar a concorrência, a vendedora de flores Eva Cíntia Moraes precisou aumentar o estoque. “Quando eu cheguei me surpreendi com a quantidade de barracas, tive que fazer uma ligação para triplicar meus produtos ofertados aos clientes”.
“As barracas e a visitação do público este ano foi maior, acredito que por causa da redução dos casos da covid-19, que nos permitiu com que abríssemos os três portões para que a população pudesse circular livremente”, relatou o presidente da Funamc (Fundação de Atividade Municipal Comunitária), Neif Gomes.
Para receber os visitantes das 6 às 18 horas, a Prefeitura de Araguaína preparou uma estrutura com tendas, bebedouro e banheiro móvel climatizado
A quantidade superou 2021, em que o número de barracas cadastradas para a venda de produtos aumentou de 28 para 36
“Saudade a gente tem, mas tristeza jamais, pois é uma lembrança que sempre vai ficar, somos somente matéria, todos nós um dia partiremos”, explicou o vendedor, Adriano Soares