Em Araguaína, nesse primeiro semestre foram registrados 486 acidentes de trabalho, desses 99 eram autônomos
Por Giovanna Hermice | Foto: Marcos Sandes/Ascom
Aos 46 anos, há um ano, o mestre de obras Pedro Bezerra ficou internado após sofrer um grave acidente de trabalho em Araguaína. “Eu estava como autônomo na construção de uma casa, quando subi em uma tábua que estava rachada e ela quebrou e acabei caindo de mais de três metros de altura, fiquei doze dias internado”. Com intuito de evitar casos como esse, o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalho) atua na cidade e região.
Nessa quarta-feira, 27, Dia Nacional da Prevenção de Acidentes de Trabalho, equipes do Cerest percorreram 16 obras localizadas nos setores Santa Helena, Jardim Santa Mônica, Cimba e Centro de Araguaína. O intuito das visitas foram orientar sobre as práticas para promover um serviço e ambiente de trabalho seguro.
De acordo com o engenheiro de Segurança do Trabalho do Cerest, André Santos, as ações vão além do uso de EPIs (equipamentos de proteção individual). “É muito importante as empresas implementarem as medidas de organização administrativa e a proteção coletiva para evitar acidentes, quando não é possível fazer essa logística os EPIs são utilizados, mas essa não é a única forma de salvar vidas”.
Ações focadas
Neste ano, as ações foram intensificadas na área de construção civil e para os autônomos, pois com base no levantamento do Cerest é um setor e grupo mais vulnerável.
Dentre os locais visitados, a primeira foi uma obra localizada na Rua Santa Cruz esquina com Avenida Tocantins, no Centro da cidade. Nessa construção, atuam mais de 10 trabalhadores, entre eles o Warles Rocha, de 27 anos. Ele acredita que a atenção é o fator principal de segurança.
“Às vezes, a gente acha que sabe dominar bem as ferramentas de trabalho, mas não temos que prestar muita atenção, pois as máquinas são perigosas. Essa ação do Cerest é muito boa, porque tem muitas pessoas que não tem esse conhecimento”, afirmou o trabalhador.
Dados
Em Araguaína, nesse primeiro semestre, dados do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) registraram 486 acidentes de trabalho, desses 99 eram autônomos e dois foram vítimas fatais. Dentre as principais causas de morte estão: quedas em altura, choques elétricos e acidentes de trajeto.
Além de acidentes de trabalho que são comuns durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, as doenças ocupacionais, como LER (Lesão por Esforços Repetitivos), Dort (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), asma, perda auditiva, doenças psicossociais, entre outras, também podem ser enquadradas nessa categoria.