Verônica Darlene conta a história do que dia em que ela não estava de plantão, realizou um atendimento e conseguiu salvar uma vida
Por Giovanna Hermice - Foto: Marcos Sandes/Ascom
Durante os nove anos em que a enfermeira Verônica Darlene, de 38 anos, atua como socorrista no SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Araguaína, ela conta que viveu uma história inusitada e marcante. Fora do local e horário de serviço, realizou um atendimento e conseguiu salvar a vida de um homem que estava enfartando.
“Eu não imaginava que isso iria acontecer, porque quando a gente está de plantão, estamos preparados para atender esse tipo de situação, mas quando estamos fora do trabalho é diferente, o que tornou essa história mais emocionante, de saber que realmente pude contribuir para salvar uma vida, é muito gratificante! ”, revelou.
De acordo com a enfermeira, um homem de 47 anos que estava trabalhando como pedreiro na reforma da casa passou mal e os moradores estavam tentando socorrê-lo. “Falei para as pessoas que eu era enfermeira do SAMU, fiz a verificação do pulso e da respiração, identifiquei que o homem estava em parada cardíaca, chamaram o SAMU, e iniciei a massagem cardíaca, enquanto a unidade estava a caminho”, contou Verônica.
O caso foi realizado enquanto ela estava dirigindo e passava pela Rua das Palmeiras, no centro da cidade. No meio do trajeto, viu a cena que chamou a sua atenção. “Eu vi um casal de idosos na porta de uma casa, que estavam bem nervosos e aflitos, eles estavam pedindo ajuda para um rapaz que tem uma oficina de motos em frente. Eu parei o carro e fiquei observando, e pensei que alguma coisa estaria acontecendo”, contou.
A iniciativa
A situação não passou despercebida por ela, mesmo a caminho de um compromisso e acompanhada do seu filho que tem transtorno do espectro autista, e a vontade de ajudar o próximo falou mais alto. “Tive receio de descer do carro e meu filho presenciar alguma situação que o deixasse nervoso. Mesmo assim, a necessidade de salvar o próximo pulsou mais forte no meu coração e decidi ir até a casa e perguntei se as pessoas precisavam de ajuda”, afirmou.
Tempo é vida
Durante a ligação com o SAMU, a família não conseguia responder as perguntas da médica, segundo Verônica essa é uma reação comum, mas que prejudica a corrida dos profissionais contra o tempo.
“A maioria das pessoas ficam nervosas, gritam no telefone e não conseguem responder as perguntas, e tempo é vida! Então, eu pedi o telefone e me identifiquei para a médica e respondi todas as informações solicitadas, para que ela pudesse identificar qual era a necessidade do paciente”, explicou.
Verônica permaneceu fazendo a massagem cardíaca, cinco minutos depois a equipe do SAMU chegou no local, e durante o atendimento, a médica socorrista permitiu que ela ficasse um período auxiliando.
O retorno positivo
A enfermeira não pode ficar até o final do atendimento, pois sua filha a esperava na escola. Os profissionais do SAMU continuaram realizando todos os procedimentos necessários para salvar a vida do paciente até a chegada no hospital.
Quando Verônica chegou em casa com os filhos, recebeu uma notícia que alegrou o seu dia e tornou essa uma das histórias mais marcantes que já vivenciou. “Me falaram que o paciente havia retornado com os batimentos e que tiveram sucesso na reanimação dele, no hospital fizeram um eletrocardiograma e identificaram que ele teve um infarto. Então o suporte inicial que pude oferecer naquele momento, ajudou a salvar a vida dele, isso é muito gratificante! ”, revelou.
“A necessidade de salvar o próximo pulsou mais forte no meu coração e decidi ir até a casa, perguntar se pessoas precisavam de ajuda”, explica a enfermeira