Ação faz parte do Projeto Lago Vivo da Prefeitura, que está devolvendo ao Rio Lontra 200 mil alevinos de espécies nativas da bacia amazônica que haviam sido extintas
Por Marcelo Martin e Giovanna Hermice | Fotos: Marcos Sandes/Ascom
O Lago Azul de Araguaína chega a 41.500 novos peixes reintroduzidos nesta quinta-feira, 6, às 9 horas, com a soltura de 10 mil alevinos da espécie tambatinga (caranha) na Praia da Via Lago. A ação faz parte do Projeto Lago Vivo, realizado pela Prefeitura, que está devolvendo ao Rio Lontra 200 mil alevinos de espécies nativas da bacia amazônica extintas no local.
“Nosso objetivo é a preservação do lago e ao mesmo tempo proporcionar um espaço de lazer para a população e visitantes com a pesca esportiva, pois sabemos que daqui alguns anos teremos grandes exemplares acima de dois quilos, além de continuar com a parceria com a iniciativa privada”, afirmou o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues.
Entre os alevinos que já foram soltos estão os das espécies tambatinga (caranha), piau e surubim. Eles são integrados na natureza com desenvolvimento avançado para ajudar na sobrevivência e consequentemente no crescimento populacional do lago. “A mortandade que era esperada de 40% a 50%, está entre 20% a 30%, além do desenvolvimento dos animais que mesmo sem ração tem apresentado um crescimento incrível”, explicou o biólogo que acompanha o projeto, Aníbal Souza Neto.
Recuperação histórica
O Lago Azul, que tem seus limites demarcados da barragem até a foz do Córrego Jacuba, foi formado na década de 1970 com a construção da Central Hidrelétrica (PCH) do Corujão, com 12 quilômetros de extensão. Após o fechamento das comportas, os peixes que subiam o Rio Lontra para desova, no período da piracema, foram impedidos e as espécies que ficaram no lago foram extintas devido à pesca predatória por quase 50 anos.
O Projeto Lago Vivo é promovido em parceria com a Rede de Supermercados Campelo. “Nós somos responsáveis por ceder os alevinos para a soltura, pois temos essa preocupação ambiental de trazer a vida ao lago e de apoiar o desenvolvimento da cidade”, afirmou o gerente da empresa Reinaldo de Alcântara.
Espaço de lazer
A Prefeitura de Araguaína também regulamentou a pesca esportiva no local, com regras e documento gratuito disponíveis no site http://pesca.araguaina.to.gov.br/. Já a retirada de peixes do local está proibida pelo Decreto Municipal 161/2019 e quem pratica a modalidade predatória está sujeito a multa de R$ 300 a R$ 10.000, com acréscimo de R$ 20 por quilo do produto da pesca.
Proteção ambiental
Para garantir o desenvolvimento da fauna do Lago Azul, a Secretaria do Meio Ambiente realiza ações de monitoramento dos alevinos soltos e de fiscalização à pesca predatória. As vistorias apontam uma evolução dentro dos parâmetros para alevinos soltos, sendo que algumas amostras já saltaram de 4 gramas para 1.200 gramas, em quase dois anos. Já as rondas mostram uma conscientização contra pesca predatória, devido à queda de 12 para 3 na média de redes apreendidas a cada ação.
As ações para a preservação ecológica também contam com o apoio da Polícia Ambiental. “Nós temos o papel de prevenir ilícitos ambientais e a melhor forma é atuando, estamos passando diuturnamente na Via Lago junto com a fiscalização ambiental do município, é uma presença constante”, afirmou o Major Tirello.
O crescimento das espécies no lago é monitorado pelo Município e o resultado das solturas tem superado as expectativas
A soltura dos 10 mil alevinos contou a presença do prefeito, secretários, polícia ambiental e iniciativa privada