Última personagem da série em homenagem ao Dia das Mães conta sua trajetória durante a luta contra a covid-19 em Araguaína e a importância da família neste processo
Por Felipe Maranhão | Foto: Marcos Sandes / Ascom
Em homenagem ao Dia das Mães, a Prefeitura de Araguaína conta mais uma história da série "Mães que vencem". A terceira personagem é a autônoma Shirlene Bezerra, de 45 anos, mãe de quatro filhos: Rafael Loiola, de 25 anos; Ângelo Davi Loiola, de 22 anos; Emanuel Loiola, de 15 anos e da filha adotiva Maria do Socorro Bezerra, de 32 anos. Shirlene e o esposo, José Neto, contraíram covid-19 no mês de março, mas diferente do marido, ela passou por complicações graves.
Com 75% do pulmão comprometido devido à doença, Shirlene passou 30 dias internada na UTI (unidade de terapia intensiva) do Hospital Municipal de Campanha de Araguaína, e falou sobre a experiência que viveu para enfrentar a covid-19.
“Tudo aconteceu muito rápido, quando meu estado de saúde começou a piorar ainda em casa, eu acordei meu marido durante a noite e pedi por ajuda, para que ele chamasse a ambulância, pois eu já não conseguia respirar. A sensação é de se afogar no seco”, contou Shirlene.
Durante o período de internação, a família da autônoma fez correntes de oração na frente do hospital, enquanto dentro da unidade ela conta que passou por momentos difíceis e lamentava não ter se despedido dos filhos e do marido.
“Eu tive muito medo, ficava lembrando que não tive a chance de me despedir da minha família, ficava com medo de nunca mais vê-los. Quando melhorei, eu pude tomar um banho de sol, nesse dia minha família foi até lá e cantou para mim. Isso renovou minhas forças e eu decidi que sairia de lá viva”, disse.
Atendimento humanizado
Durante a entrevista a autônoma também destacou a importância do trabalho e do cuidado prestado pelos profissionais da saúde que atendem os pacientes no Hospital Municipal de Campanha. “Quando se enfrenta uma doença como essa em que temos que ficar isolados do mundo, receber um tratamento humanizado, cheio de carinho, é de extrema importância para que o paciente se recupere”, explicou.
Dia das Mães
Shirlene recebeu alta do hospital no dia 30 de abril e vai poder passar o Dia das Mães em casa. Ela diz que este ano a comemoração será simples, apenas um almoço em família, mas que para ela, a data também chega com um grande significado.
“Poder passar o Dia das Mães com meus filhos, com minha família, não tem preço e este é o maior presente que Deus nos deixou".
A autônoma ainda relata que, durante o tempo em que esteve internada, seus filhos sofreram muito e Deus escutou a oração deles. "Isso foi para que eu pudesse estar aqui de volta com a minha família. O que eu posso dizer para todos os filhos e mães nesta data é que nós só temos o hoje para amar e a maior herança que podemos deixar para nossos filhos é ensinar o caminho do amor, da união e da fé”, concluiu Shirlene.