Além das crianças, pais e professores recebem atendimento de equipe multiprofissional formada por fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e assistentes sociais, para que evolução seja conjunta em sala de aula e em casa
Por Marcelo Martin - Foto: Marcos Sandes/Ascom
A educação vem se modernizando para se tornar mais efetiva, buscando soluções para a não-aprendizagem e olhando cada vez mais para alunos em dificuldade. Em muitos desses casos, é preciso uma avaliação especializada para preparar um plano específico observando as diferenças psicossociais.
Para isso, a Rede Municipal de Ensino de Araguaína conta com uma equipe de apoio multiprofissional, formada por fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e assistentes sociais, que realizam um raio-x para identificar como a escola e a família devem interagir para melhorar o desempenho do aluno, tanto na sala de aula quanto em casa.
Antes da pandemia, a equipe realizava cerca de 12 atendimentos por dia, com pais, alunos e professores, e mesmo com a suspensão das aulas presenciais para controle da pandemia, alguns atendimentos foram mantidos por videochamada.
Atendimento completo
De acordo com o fonoaudiólogo Aguivam Junio Castro, da Secretaria Municipal da Educação, o professor recebe treinamento para identificar os alunos em dificuldade e solicitar a análise multiprofissional, que é importante porque nem sempre um distúrbio na fala está ligado somente às limitações.
“Geralmente, fazemos sete sessões com o aluno. É uma porta de entrada para o atendimento de referência, que varia de acordo com a necessidade. Atitudes como deixar de falar, por exemplo, podem estar ligadas a questões psicológicas de um abuso sexual. Se for esse o caso, o encaminhamento é para Creas”, explicou Aguivam. Juntos, os psicólogos e assistentes sociais também analisam a situação para outras intervenções, como o Conselho Tutelar.
Trabalho com os pais
Em outros casos, como a gagueira, pode ser associada a fatores psicológicos ou neurológicos e o atendimento junto com os pais ajuda a criança a se comunicar. “A criança pode ter gagueira e dentro da família sofrer mais do que fora do convívio social. Então, a gente orienta os pais junto com a equipe de psicologia para que eles compreendam a dificuldade e ajudem o filho com exercícios para minimizar a deficiência. Além disso, é preciso continuar em casa todo trabalho realizado”, afirmou.
Planejamento das aulas
Outra profissional da equipe multiprofissional, a psicóloga Eliene Dias relata que antigamente a educação inclusiva não era uma obrigação, mas hoje é e se tornou um desafio para o professor elaborar o plano de aula.
“Com uma criança que tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), o professor precisa conseguir passar o mesmo conteúdo de forma mais breve. Se precisa ler um texto de 10 linhas, é preciso resumir em três linhas. Se o teste tem 10 questões, é preciso transformar essas em cinco, ou dar mais tempo usando outras estratégias”, relatou Eliene.