Rede Municipal de Ensino atende atualmente 665 alunos com algum tipo de deficiência com materiais que facilitam o aprendizado das crianças
Por Marcelo Martin - Foto: Reprodução
“Quando ele nasceu fiquei preocupada, com medo, não sabia que existia o apoio, e hoje enxergo um futuro como de qualquer outra pessoa”, afirmou Erica Rosa, mãe do Guilherme, de 4 anos, que tem deficiência visual e física e é aluno da rede pública municipal. Além dele, a Secretaria da Educação atende mais 664 crianças com alguma deficiência.
Guilherme está no segundo ano da Educação Infantil, quando são introduzidas as atividades da grade curricular, e em seu caso já com a educação especial. Neste ano de pandemia, ele precisou de uma parceria forte entre a escola e a mãe para acompanhar a apostila semanal.
“A gente se esforça bastante para não deixar atrasar e ele recebe a mesma tarefa que as outras crianças, a diferença é que a dele vem em dupla, uma adaptada para ele em braille e outra detalhada para que eu possa auxiliar ele”, relatou Erica.
A mãe enviou um vídeo para os professores gravado por ela durante as aulas remotas com o aluno em casa, em que mostra atividades de matemática adaptadas, com figuras geométricas confeccionadas em papelão. O vídeo que emocionou a equipe pedagógica pode ser acessado no link https://bit.ly/37Ev8Oe.
Esse trabalho de adaptação é realizado pelo Núcleo de Apoio Pedagógico aos Deficientes Visuais de Araguaína (NAPDVA), que foi criado pelo Município em 2016. O órgão vinculado à Diretoria de Ensino Especial da Secretaria Municipal da Educação oferece suporte às escolas e creches municipais que atendem alunos com cegueira e baixa visão.
“Além disso, ofertamos cursos de formação em serviço e oficinas pedagógicas, sobre leitura e escrita braille, técnicas de orientação e mobilidade, atividades da vida diária para familiares e educadores desses estudantes”, explicou a diretora Ana Paula de Oliveira.
Inclusão
Dos 22 mil alunos da Rede Municipal de Ensino, 665 tem algum tipo de deficiência e 553 recebem o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o auxílio de um profissional de apoio. “Esse apoio direto depende da funcionalidade e autonomia, caso tenha dificuldade de se alimentar, ir ao banheiro, se comunicar, se locomover, tem direito a esse suporte e atenção mais individualizada na sala de aula comum”, detalhou Ana Paula.
A rede de apoio a esses alunos é realizada por uma equipe multiprofissional formada por psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicopedagogos e supervisores pedagógicos. Existe ainda a possibilidade de consultas no Centro Especializado em Reabilitação (CER), onde o aluno Guilherme está sendo avaliado atualmente para realização de tratamentos.