Prefeito de Araguaína e representantes do comércio, da saúde, poderes Judiciário e Legislativo participaram de reunião com secretário estadual da Saúde, Edgar Tolini, nesta sexta-feira, 3
Por Marcelo Martin - Foto: Marcos Sandes/Ascom
O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, participou na manhã desta sexta-feira, 3, de uma reunião com o secretário da Saúde do Tocantins, Edgar Tolini, no auditório do Unitpac. O encontro serviu para apresentar demandas locais e conhecer o plano de contenção elaborado pelo Governo do Estado contra o novo coronavírus (covid-19), conforme orienta o Ministério da Saúde.
Junto com representantes locais de instituições do comércio, serviços de saúde, ministério público, defensoria e legislativo, foram cobradas medidas restritivas baseadas em estatísticas, criação de leitos para pacientes com sintomas graves, análise de exames no Município, entre outras medidas. O objetivo é melhorar o monitoramento de novos casos, manter a flexibilização de funcionamento do comércio e evitar transferências de pacientes e exames para Palmas.
“Respeitar a hierarquia é fundamental para ações integradas, mas precisamos criar um modelo para Araguaína e região, já que temos realidade diferente das demais, ou mesmo única para o Estado. Hoje, a minha preocupação é saber até quando vamos ficar assim”, afirmou Dimas.
O defensor público Sandro Ferreira concordou com Dimas e apontou que um fechamento total poderia repercutir negativamente no distanciamento social que já vem sendo praticado. “Podemos avançar para um lockdown, mas quando tiver dados para fundamentar. Aplicar medidas duras sem dialogar com a população poderia criar uma situação de desobediência civil. Não dá pra fingir que está tudo bem, mas não devemos fechar tudo. Temos que juntar os dois”.
Assistência às famílias
Dimas também pediu para que Estado ajude na alimentação das famílias carentes de Araguaína. O prefeito já liberou a compra de 21 mil cestas básicas e, de acordo com estimativa atual e revogação da flexibilização de funcionamento do comércio seriam necessárias 60 mil unidades para o atendimento durante os próximos três meses.
No entendimento do promotor do Ministério Público da Saúde, Leonardo Blanck, esse tipo de auxílio é uma obrigação do Estado. “O Governo Estadual vai fazer uma uniformização de entendimento sobre isolamento e isso deve vir junto com uma campanha social, para amparar as pessoas que vão ficar isoladas e não tem condições economicas para se alimentar, para sobreviver”, alertou.
Poucos casos confirmados
A apresentação do plano estadual esclarece que a infecção covid-19 não atingiu nem 1% da população do Estado, o que não aciona nem o 1º dos 10 níveis de ações previstas. Ainda assim, o secretário estadual da Saúde advertiu que o remédio é amargo. “Se não houver o controle, como na Itália, nosso sistema não aguentará. Não voltaremos a sermos o que erámos, temos que ser melhores. Fico feliz que a Prefeitura já tenha se adiantado e se preparado”, relatou.
Também afirmou que pediu 60 kits, com ventilador e respirador, para o Governo Federal e foi informado que o Tocantins receberá apenas 10. Desses, irá avaliar o envio de parte para Araguaína, o que possibilitará o atendimento de pacientes em estado grave no Município, evitando o transporte para capital Palmas, há mais de 300 km.
Já sobre os exames de Proteína c-reativa (PCR), único que identifica a doença nos primeiros dias de infecção, Edgar disse que analisará se o laboratório local da Universidade Federal do Tocantins (UFT) pode realizar o diagnóstico. Atualmente, o curso de medicina veterinária usa um equipamento para diagnosticar o coronavírus canino.
Ainda falou que espera destinação de recursos dos deputados estaduais e federais locais para pagar leitos em hospitais particulares caso seja preciso, além do custeio de outras ações, como a instalação de um hospital de campanha e funcionamento da Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) da Vila Norte. Essas e as outras demandas foram colocadas em ata, assinada por todos os convidados, e será entregue ao governador Mauro Carlesse.
Ações municipais
A Prefeitura se movimenta para contenção do novo coronavírus desde o último dia 13, com várias medidas de saúde e assistenciais. Uma das novas medidas anunciadas durante a reunião é a organização para contar com o apoio da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, de Marabá (PA), nas ações de orientações e fiscalização aos moradores e comércios de Araguaína.
Nas unidades hospitalares
No Hospital Municipal de Araguaína, que atende crianças, dois leitos com respiradores estão preparados, com a possibilidade de ampliação de mais um.
No Hospital Dom Orione está em andamento a implantação de 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cujo recurso suficiente para operação, por aproximadamente três meses, vem de emenda parlamentar do deputado federal Tiago Dimas. Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína utilizada para estabilização, existe um leito com respirador preparado.
Como parte das ações de combate ao coronavírus, o Município está reformando o prédio da UPA Vila Norte para possibilitar a instalação de 15 leitos com respiradores.
“Respeitar a hierarquia é fundamental para ações integradas, mas precisamos criar um modelo para Araguaína e região, já que temos realidade diferente das demais, ou mesmo única para o Estado. Hoje, a minha preocupação é saber até quando vamos ficar assim”, afirmou Dimas