Orientações contribuem para o trabalho dos professores e pais com crianças nos primeiros anos da vida escolar
Por: Adriana Santana | Foto: Marcos Sandes/ASCOM
“Percebemos que as crianças desenvolvem algumas crenças no período em que o ser humano começa a definir os seus valores, geralmente entre 0 e 8 anos. Os valores criados nessa fase tendem a perdurar por toda a vida”, destacou Janderson Santos, professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), formador educacional e pesquisador do comportamento humano.
O especialista, que também atua na motivação de equipes, explicou que é fundamental saber identificar essa construção e a forma de contribuir com a criança, trabalho que passa pelos pais, mas também pelo professor.
Janderson Santos foi palestrante e debateu as habilidades socioemocionais em sala de aula durante o 9º Fórum Permanente da Educação Infantil (Feito), realizado no último fim de semana em Araguaína. O evento reuniu mais de 700 profissionais da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino.
Primeira dica: inteligência emocional
De forma lúdica, Anderson levou os professores a perceber alguns desafios atuais da educação, principalmente no enfrentamento da realidade emocional dos alunos. As estratégias visam aumentar a capacidade de atuação do profissional.
“As crianças ficam 15% do tempo deles na escola e o professor está nesse contato direto com elas. Além do aprendizado, essa relação influencia ainda no desenvolvimento emocional delas, instalando crenças de identidade, merecimento e outras coisas”, destacou o profissional.
Anderson orientou que o primeiro passo para a eficácia do profissional de educação nesse processo é a consciência desse papel. “Perceber que tipo de crenças ele tem provocado na relação com o aluno, não como peso, mas, de forma coerente, ajudar essa criança a crescer e a desenvolver as capacidades mentais de forma madura, trabalhando a inteligência emocional”.
Segunda dica: “Ir além do livro”
“É importante que o educador não fique preso somente naquilo que vem como meta a ser aplicada em sala de aula ou livros pedagógicos”, orientou o especialista, acrescentando que essas diretrizes são fundamentais e precisam, claro, ser utilizados, porém, existem habilidades, que são emocionais, e que não vem com receita pronta. “Um exemplo disso é o desenvolvimento da capacidade da liderança no aluno”, explicou Anderson.
Segundo ele, para trabalhar essa habilidade com as crianças, na fase inicial, o professor precisa ter algumas estratégias como: a motivação, usar histórias reais que eles possam identificar o assunto em questão, levá-los a notar a diferença entre alguém que exerce a liderança e uma que não possui essa característica e estar aberto para sempre aprender mais sobre novos mecanismos que podem ser utilizados.
Recomeçar
A professora Eurenice Maria das Dores, do Centro Educacional Infantil (CEI) Tereza Hilário Ribeiro, disse que pretende aplicar essas dicas em sala de aula. “Tenho 23 anos de profissão e foi muito importante renovar meu trabalho com essas dicas, pretendo repensar a forma como tenho atuado com os alunos e recomeçar”.
O secretário municipal da Educação, José da Guia, apontou que a cada edição o Feito tem como foco a mobilização e articulação de ações voltadas para uma gestão de atendimento eficaz. “Esses temas trazem mudanças reais de comportamento dos profissionais e uma motivação incrível”.