A intenção é despertar a esperança de um futuro melhor nas crianças em vulnerabilidade social. A ceia será às 18 horas deste dia 24 e terá a chegada do Papai Noel com presentes
Por: Thatiane Cunha| Foto: Arquivo Pessoal
A estudante de medicina Ana Paula Alves dos Santos, de 31 anos, teve uma ideia e recebeu o apoio de toda a família: realizar a ceia de Natal este ano com as 28 crianças da Casa de Acolhimento Ana Caroline Tenório, em Araguaína. A ceia que contará, além da Ana Paula, com sua mãe, avó, irmã, tia, namorado e amigos, será a partir das 18 horas deste dia 24 e, logo após, os acolhidos verão a chegada do Papai Noel com a entrega dos presentes.
Mesmo morando no Paraguai atualmente, onde estuda, Ana quis realizar a ação para despertar nas crianças a esperança de um futuro melhor e incentivar novas ações. “A intenção é despertar na população essa consciência, se a gente não quer um futuro da forma que estamos vivendo, temos que fazer algo para mudar”.
Sentido do Natal
A estudante conta que a ideia de realizar a ceia de Natal na Casa Ana Caroline surgiu após presenciar um aniversário no Orfanato Fundación Las Tías, no Paraguai, onde realiza ações sociais há três anos.
“Após o evento que presenciei, decidi fazer aqui e dar um despertar nas pessoas porque é muito difícil chegar, descarregar e ir embora”, contou Ana, acrescentando que a ação significa desfrutar o verdadeiro sentido do Natal.
Bons exemplos
Ana Paula é filha de Araguaína e vem passar as férias todos os anos com sua família, que mora na cidade. Com a ideia da estudante, os familiares criaram o Projeto Filhos de Maria e pretendem realizar novas ações na cidade e receberam doações de presentes. “É o primeiro ano do projeto, mas eu tenho um desejo de criar uma fundação futuramente. É a primeira vez que eu reúno eles para fazer esse tipo de ação, mas com certeza é a primeira de muitas na nossa cidade”.
A estudante ainda falou da vontade de despertar boas ações na população de Araguaína. “Não só no Natal, mas todos os dias. Que eles vão comemorar aniversário, compartilhar pizza, sorvete, enfim, doar um pouco de atenção aos pequenos”.
O que muda
Para as crianças, Ana acredita que a ação significa muito mais que só uma ceia de Natal. “Os acolhidos na casa, sem o âmbito familiar, ficam um pouco retraídos, inseguros, e a intenção de compartilhar com eles é justamente quebrar essa barreira do medo, da insegurança e dos sentimentos que isso acarreta”.
A ação também impacta, segundo a estudante, em quem a realiza. “O que muda na minha família, com essa interação, é o impacto da realidade, porque sempre ajudamos o próximo, porém não de forma tão intensa, tão impactante que é ver essas crianças que são vítimas de crueldade, de abandono, violação”.
Casa Ana Caroline
Com espaço amplo, a Casa de Acolhimento Ana Caroline Tenório tem capacidade para atender mais de 30 crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade social. Os acolhidos são encaminhados para a casa por meio do Juizado da Infância e Juventude e pelo Conselho Tutelar. Nos últimos seis anos, de 2013 a 2019, a casa recebeu 736 meninos e meninas.