Treinamento capacitou os profissionais das motolâncias do SAMU para superarem os obstáculos urbanos com habilidade e segurança no atendimento à população
Por Marcelo Martin - Foto: Marcos Sandes/Ascom
Ter agilidade no deslocamento até o ponto dos acidentes e outras urgências pode garantir o salvamento de vidas. Para resposta rápida até os pacientes, 11 enfermeiros e técnicos de enfermagem que conduzem as motolâncias do Serviço Móvel de Urgência (SAMU/192) receberam um curso de direção rápida e defensiva nesta semana, nos dias 7 a 9.
O treinamento tem o objetivo de capacitar os pilotos para superarem os obstáculos urbanos com habilidade e segurança, por meio de várias manobras, como circuitos de agilidade, frenagens e subida em escadarias. Os profissionais foram instruídos pelo Grupo de Intervenção Rápida e Ostensiva (GIRO) da Polícia Militar (PM). Essa foi a segunda edição do curso anual realizado em parceria com os especialistas.
Agilidade decisiva
Segundo a coordenadora do SAMU, Aurea Santos, a agilidade da motolância pode ser decisiva no salvamento, pois além dos primeiros socorros, identifica a gravidade da situação para que o atendimento também seja ágil. “Em um percurso em que a unidade móvel demora 20 minutos, a motocicleta chega em 6. Isso é importante porque temos gravidade presumida quando saímos da base e antes de chegar ao local já temos a gravidade comprovada”.
A motolância de Araguaína foi inaugurada em 2015 e é única no Tocantins. Além de chegar mais rápido, o serviço colabora também na função de batedores quando usado como escolta para a unidade móvel ou veículo civil. “É ainda uma equipe a mais, caso a gente precise de mais equipes para o atendimento se houver cinco ou mais vítimas, assim, podemos contar com o apoio imediato”, afirma Áurea.
Técnica que dá confiança
O coordenador do curso e sargento do GIRO, Marcio Lima, explica que usar as técnicas para evitar acidentes e passar com facilidade por uma guia pode ser mais fácil quando o condutor tem confiança. “A falta habilidade pode atrasar o atendimento e mesmo causar acidentes. O pessoal pode sentir que não consegue fazer essas manobras, mas o treinamento serve para eles perceberem que conseguem. É superação para irem mais rápido”.
Situações com decisões rápidas e arriscadas são vividas pelos profissionais do SAMU. Janaina de Farias, 34 anos, é um dos quatro novos membros que ainda não haviam recebido o treinamento do GIRO. Para ela, o treinamento será usado diariamente. “Um exemplo é quando precisamos passar pela Cônego João Lima. Por causa dos veículos, a gente tem que se deslocar por cima das calçadas rapidamente, mas desviando dos pedestres com segurança”.
Participando do curso pela segunda vez, Wellington Gouveia, 42 anos, diz conhecer os riscos da velocidade sobre duas rodas e por isso valoriza o conhecimento adquirido. “Já houve uma situação de escolta em que uma caminhonete nos fechou e precisei fazer uma manobra chamada babalu, em que freio ficando somente sobre a roda da frente. Se não tivesse o controle, teria sofrido um acidente”.
"Por causa dos veículos, a gente tem que se deslocar por cima das calçadas rapidamente, mas desviando dos pedestres com segurança”, contou Janaina de Farias