O trabalho realizado em Araguaína foi um dos destaques do 35º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado nesta semana, em Brasília
Foto e texto: Daniel Machado
O trabalho da Clínica-Escola Mundo Autista, de Araguaína, emocionou gestores municipais de saúde de vários lugares do Brasil. A clínica foi apresentada nesta semana durante o 35º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, em Brasília.
A apresentação da clínica ficou a cargo do secretário da Saúde de Araguaína, Jean Luís Coutinho. Na mostra, o secretário explicou que a cidade foi pioneira a implantar a clínica no Estado, além de ter sido uma das primeiras da região norte do Brasil. Jean Luís detalhou que o grande diferencial para o sucesso do serviço prestado pela clínica é o fato de três secretarias diferentes bancarem a clínica: Saúde, Educação e Assistência Social.
A clínica também foi criada em lei, o que lhe dá mais força institucional e administrativa, dentro da própria prefeitura.
Como funciona
Atualmente, o estabelecimento atende 220 usuários com as seguintes especialidades/terapias: atendimento médico; enfermagem; psicopedagógico; odontológico; terapia ocupacional; psicologia; arteterapia; educação física; musicoterapia; fonoaudiologia; neuropsicopedagogia, neurologia e serviço social.
As principais habilidades adquiridas pelos autistas através das terapias são o aumento do desenvolvimento cognitivo e comportamental; melhora na qualidade de vida da criança e família entre outras habilidades; resgate da autoestima e confiança, além de promover a autonomia, independência, interação social.
Caso de sucesso
Na apresentação, foi veiculado um vídeo, que contou com depoimentos de mães de usuários. Todas foram unânimes ao elogiar a clínica e dizer que, sem ela, não teria como dar a atenção devida para os seus filhos autistas.
Hoje, um tratamento convencional de um autista com todos os serviços oferecidos pela clínica não custa menos de R$ 5 mil por mês. Embora não exista no Brasil um dado concreto sobre a quantidade de autistas no País, estimativas apontam que um bebê a cada 59 nascidos tenha algum grau de autismo.
“A inclusão e o acompanhamento das crianças autistas é um processo contínuo, pois o mesmo tem sempre o que melhorar a partir de olhares atentos sobre os pontos positivos e os negativos. Os pontos positivos devem ser compartilhados, porém os pontos negativos também devem ter o mesmo grau de importância, sabendo que é através da tentativa que se pode pensar em outras estratégias de melhorias para crianças autistas”, salientou Jean Luís.