Ao todo, 242 endereços catalogados com presença de galinheiros, receberão a visita dos agentes; os criatórios oferecem condições propícias para a proliferação do mosquito palha, transmissor da doença
Por: Gláucia Mendes - Foto/Crédito:
Equipes da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Araguaína estão vistoriando residências e notificando moradores que criam galinhas e outras aves em seus quintais. Através de denúncias, as equipes catalogaram 242 endereços com presença de galinheiros, destes, 20 já foram confirmados. O objetivo da ação, iniciada na última segunda-feira, 23, é o controle da leishmaniose visceral (Calazar).
Nessa etapa, os agentes conversam com moradores e orientam a retirar as aves, cuja criação é proibida na zona urbana. O prazo estipulado na notificação é de 10 dias, se até essa data o morador não extinguir o galinheiro, será multado no valor inicial de R$ 500.
A dona de casa Raimunda Passos da Silva disse que as galinhas eram sua alegria. “Eu gosto muito delas passeando pelo quintal, crio há 30 anos. Mas, se for para não pegar doenças, vou vender as galinhas”.
A técnica de enfermagem Maria Luzia Pereira contou que, como trabalha na área da saúde, sabe que não pode ter as aves no perímetro urbano. “Eu trouxe apenas quatro para chocar os ovos. Assim que os pintos nascerem, vou leva-los para a chácara”.
A ação está sendo realizada em parceria com Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Secretaria do Meio Ambiente e Departamento Municipal de Posturas e Edificações (Demupe).
Mosquito palha
De acordo com o coordenador municipal da Vigilância Sanitária, Cláudio Aguiar, o mosquito palha gosta de lugares sujos e úmidos para procriar, e utilizam a matéria orgânica das aves para depositar suas larvas. “Além disso, o sangue das galinhas serve de alimento para o mosquito”.
Dados locais
De acordo com os dados do CCZ houve aumento de 18% no número de casos confirmados de Leishmaniose Visceral em humanos no Município, no comparativo entre o primeiro trimestre de 2018 com o mesmo período de 2017. Enquanto em 2017 foram 11 casos confirmados, neste ano foram 13 casos. O ano de 2017 finalizou com um total de 42 casos e um óbito.
Animais
Além das aves, os cães também são alvos do mosquito e, quando picados por um mosquito infectado, podem se tornar hospedeiros do parasita por vários anos sem apresentarem sinais clínicos. Estes cães infectados se tornam fontes de infecção para o inseto transmissor “mosquito palha”, e, portanto, um risco à saúde de todos. A única forma de detectar a infecção nestes animais é através dos exames de laboratório específicos.
Em animais, no ano de 2016 foram 2.342 casos confirmados, o que representa 29,6% dos 7.922 exames realizados. No ano passado foram registrados 2.312 casos positivos em cães, número que representa 28,1% dos 8.209 exames realizados. Se comparados os casos confirmados, foi registrada a redução de apenas 1,3% no comparativo do número de casos positivos nos dois anos.