As empreendedoras que trabalham nas feiras dos bairros correspondem a metade dos 300 feirantes cadastrados no Município
Por: Flávio Martin - Foto/Crédito: Marcos Filho Sandes
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Prefeitura de Araguaína, por meio da Fundação de Atividade Municipal Comunitária (Funamc), fez homenagem às mulheres feirantes da cidade, no espaço interno do Mercado Municipal, na tarde da última quinta-feira. O dia também foi marcado por entrega de certificações no Centro de Geração de Renda.
O evento para as feirantes contou com palestra sobre prevenção de câncer no colo do útero e aferição de pressão arterial por acadêmicos Unitpac, apresentação de dança, animação com forró, distribuição de rosas e disposição de cinco cabeleireiras para corte e escova de cabelo.
As empreendedoras que trabalham nas feiras dos bairros Entroncamento e JK e do Mercado Municipal correspondem a metade dos cerca de 300 feirantes cadastrados na Funamc. Segundo a superintendente da fundação, Valdirene Cesário, as mulheres são a maioria porque, além das que possuem o próprio negócio, ainda existem aquelas que ajudam seus maridos.
“Essas mulheres são guerreiras. Às vezes, não têm nem tempo para se cuidar. Por isso é importante sempre estar próximo, fazendo reuniões para orientá-las. Aqui existem as que sempre ajudaram a mãe na feira e hoje tocam o negócio que herdaram. Sabem o que estão fazendo. Mas a maioria é questão de sobrevivência do emprego da mulher”, expôs a superintendente.
Dona do próprio destino
Maria de Lourdes Gomes, 56 anos, é feirante no Mercado Municipal há 19 anos. Com sua barraca de temperos, ela criou três filhos, comprou duas casas e um carro. Ela contou que o marido também é feirante, vende frutas. Percebendo de início que não aceitaria por muito tempo trabalhar de ajudante, resolveu deixar o emprego de doméstica e empreender.
“Hoje, eu só dou satisfação para Deus. Minha semana é de muito trabalho. Descanso na segunda-feira, e já na terça-feira começo a juntar minhas pimentas e desidratados. Os produtos vêm de longe, de Goiânia e até de São Paulo. E só na sexta-feira eu termino de preparar o que vendo”.
Maria ainda disse que no começo o marido não aprovou a independência, mas ao ver “as contas pagas”, se tornou um incentivador de seu trabalho. “A necessidade de dinheiro era grande. Ele não via isto. É preciso teimar para dar certo. Ter coragem”.
Empoderamento
O Dia Internacional da Mulher também foi marcado por entrega de certificados no Centro de Geração de Renda. 73 mulheres e três homens receberam o documento de conclusão dos cursos de tapete, biscuit moldado a mão e reciclagem em jornal.
O evento teve participação da coach integral e sistêmica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Maria Luiza Mota, que palestrou sobre inteligência emocional, e da secretária da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Fernanda Ribeiro.
“As mulheres precisam de empoderamento. Precisam provar que podem fazer tudo. Deixar os subempregos e vencer a vulnerabilidade. E mais do que trabalhar pela sobrevivência, elas precisam empreender por motivação, por conquista”, destacou a secretária.