Termo de cooperação foi assinado na tarde desta segunda-feira, 15, e pesquisa levará quatro meses para levantar todo material histórico sobre a indústria que ficava no local
Por Joselita Matos
Durante solenidade realizada no fim da tarde dessa segunda-feira, 15, no Parque Cimba, o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, e o diretor da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Campus Araguaína, Luís Eduardo Bovolato, assinaram um termo de cooperação para fazer o resgate histórico das ruínas localizadas no Parque Cimba. As ruínas contarão com um espaço que apresentará as histórias da época, com fotos, imagens e depoimentos de pessoas para completar os dados.
Estiveram presentes na solenidade secretários municipais, professores e acadêmicos da UFT, além de vereadores e comunidade local.
Resgate
Dimas explicou que esse resgate histórico terá todos os dados referentes às atividades econômicas que aconteciam no local, tanto indústria como atividades comerciais que ocorriam no que era o centro industrial da Média Bacia Amazônica. “Essa parceria será para que a gente possa levantar todos esses dados, ter a história do Parque Cimba contada para toda a geração futura”, explicou.
O prefeito ressaltou a importância da participação nesse processo de resgate histórico do local. “A gente tenta utilizar todo o potencial que o Município oferece, em todas as áreas. Ninguém melhor que a universidade, especificamente nesse caso o curso de História, para poder realizar um trabalho dessa envergadura”, afirmou. “Conhecimento, difusão do conhecimento. É o resgate histórico da nossa cidade”, completou.
Ainda de acordo com o prefeito, a indústria que ficava localizada onde está sendo construído o Parque Cimba foi, em determinado momento, importantíssima não somente para Araguaína, mas para toda a região Norte do Brasil que estava sendo desbravada. “E foi de fato o primeiro grande empreendimento econômico na região e aqui em Araguaína. A cidade deve muito ao senador Benedito Vicente Ferreira que foi um empreendedor. Esse trabalho vai resgatar essa história e pagar um pouco dessa dívida para com ele”, finalizou Dimas.
Parceria UFT
Para o diretor do Campus Araguaína (UFT), Luís Eduardo Bovolato, a parceria entre a Prefeitura e a universidade é uma pequena contribuição para a população araguainense. “É uma tentativa de inserção da própria universidade, através do curso de História, nas questões ligadas à história municipal. Fazer esse resgate, dentro de uma perspectiva histórica, mas também com um caráter muito profissional, aproveitando todo nosso potencial de conhecimento, dos professores envolvidos nesse projeto”, explicou o diretor.
Ainda segundo Bovolato, a iniciativa partiu da percepção e vontade do prefeito. “O Ronaldo Dimas nos procurou, na possibilidade de se celebrar esse termo de cooperação, aproveitando o know-how existente na universidade”, pontuou.
Levantamento histórico
O coordenador do Mestrado em Ensino de História, professor Braz Batista Vaz, explicou como será desenvolvido o trabalho de resgate histórico do local. De acordo com Vaz, será uma equipe formada por quatro professores de História e mais seis alunos, que serão selecionados para estagiar nesse projeto e receberão uma bolsa de estágio, a qual será mantida pela Prefeitura.
“Vão executar um trabalho de recuperação da memória histórica, da Indústria Cimba, deste local, e disponibilizar para a prefeitura para expor esse projeto. Uma espécie de museu a céu aberto, material textual e iconográfico que conte a história do local, ou um pouco de algumas pessoas que se envolveram na criação e viveram ao redor desse local”, afirmou o professor.
Após o levantamento, será feita a publicação de uma coletânea, com o resultado dessas pesquisas. “Serão quatro meses para recompor, recuperar fragmentos da história desse local para produzir esse material e disponibilizar ele a comunidade araguainense para preservar a memória da história da cidade”, finalizou Vaz.
Ruínas Cimba
No local onde está sendo construído o Parque Cimba, estava localizada a primeira indústria de Araguaína, uma das primeiras do Norte do Brasil, que incialmente trabalhava com madeira e, em seguida, extração de óleo, produção de sabão e outros produtos. Hoje, restam apenas algumas das estruturas físicas da unidade.