A modalidade esportiva goalball é desenvolvida para pessoas com deficiência visual e o objetivo é de implantar nas escolas municipais, fazendo ainda mais a inclusão dos alunos com este tipo de deficiência
Por Joselita Matos
Mais uma ação inclusiva realizada pela Prefeitura na Rede Municipal de ensino de Araguaína. Na manhã desta sexta-feira, 2, na Escola Municipal Casemiro Ferreira Soares, localizada no Setor Urbano, foi realizado um torneio experimental de goalball, com a participação de alunos de outras unidades de ensino do Município. A atividade fez parte dos jogos da Olímpiada Escola da Integração de Araguaína.
O professor Hugo Martins Teixeira, que faz parte da Coordenação de Educação Física e Supervisão Escolar da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Lazer e Esportes, explicou o que é esta modalidade esportiva. “O goalball é um esporte paraolímpico, um esporte que foi bastante evidenciado nas olímpiadas e é realizado, praticado por pessoas que tem deficiência na visão. O jogo que depende de três atletas e tem o objetivo de marcar gol, arremessando a bola com as mãos”, explicou.
Neste torneio experimental, as partidas serão disputadas entre quatro equipes formadas por seis jogadores sem deficiência visual, mas com uso de vendas e bolas com guizo, como determina o regulamento da modalidade. A meta é que no próximo ano se formem equipes com alunos deficientes.
De acordo com Teixeira, o intuito de fazer essa experiência é justamente valorizar, sensibilizar a todos, professores, gestores, alunos, da importância do esporte para as pessoas que tem deficiência e inclui-los também no universo esportivo. “Muitas vezes as pessoas com deficiência tem esse universo esportivo limitado a uma ou duas modalidades e vamos tentar algo novo para dimensionar esse esporte, essas pessoas que precisam e merecem praticar esporte também”, destacou.
Implantação da modalidade
O professor explicou ainda que este é um teste para implantar esta modalidade na Rede Municipal de Ensino. “Tudo tem um início, vamos experimentar, vamos ver a logística, envolve muita coisa. Ver os materiais adaptados, pois nós ainda não temos os materiais oficiais; então a gente precisa testar o evento para dar um passo adiante e dar um passo mais firme para incluir verdadeiramente, definitivamente no calendário esportivo”, disse Teixeira.
“O Município tem essa preocupação de participar desses eventos esportivos voltados para essa parte de alunos, pois tem muitos alunos com N deficiências, e isso aqui já é uma porta de entrada para futuramente ampliar”, ressaltou o professor.
Teixeira esclareceu que os alunos que estavam participando desse torneio não tinham deficiência, mas eles serão os disseminadores tanto modalidade esportiva como também na inclusão dos alunos com deficiência em todas as atividades escolares. “O esporte tem várias facetas, mesmo que os alunos de hoje que estão experimentando o goalball não tenham essa deficiência, certamente serão disseminadores, futuramente, encorajadores de outros colegas porque a inclusão está a bastante tempo sendo discutida e o esporte tem que dar a sua parcela de contribuição”, completou.
Alunos
O aluno Flávio Henrique Ferreira Lira ia participar do jogo e estava ansioso. “A interatividade na vida de um cego, o tanto que é difícil, e vou levar esse aprendizado para a minha vida”, comentou.
Outra aluna, Maria Eduarda França da Silva, tinha acabado de participar de um dos jogos do torneio e falou sobre a experiência. “Eu achei muito difícil, porque a gente não vê nada quando a gente joga e na hora da gente deitar a gente não vê se a bola tá vindo para a nossa direção. Então a gente só escuta o barulho da bola vindo. Percebi que eles (os deficientes visuais) têm muito dificuldade em perceber as coisas que estão ao redor deles. É um aprendizado pra gente pra vida toda. E é muito bom a gente jogar que aprende muita coisa”, comentou Maria Eduarda.