Agentes de combate às endemias percorrem os bairros onde foram detectados mais casos em 2015. População deve ficar atenta à borrifação
Por Gláucia Mendes
Em Araguaína, as ações de vigilância e controle do calazar (leishmaniose visceral) foram intensificadas em bairros onde foram detectados casos em 2015. A população deve ficar atenta e facilitar o trabalho dos agentes de combate às endemias (ACE), que trabalham diretamente com a borrifação. Para essa ação, é feito um agendamento prévio e são feitas orientações junto ao morador.
A coordenadora municipal de controle das leishmanioses, do Centro de Controle de Zoonoses (CZZ), Ketren Carvalho, explica que, em Araguaína, teve uma redução considerável em casos de calazar em humanos nos últimos anos. “Tais resultados são frutos das ações de vigilância e controle do Calazar, desenvolvidas rotineiramente, bem como do envolvimento da comunidade em ações preventivas”, explicou.
O responsável técnico pela operação de campo das leishmanioses, José Nilson Vieira Mendes, destacou que o trabalho de borrifação não é realizado somente nas residências do caso, mas em um raio que favoreça o controle do inseto transmissor.
Dando ênfase nos potenciais criadouros, o técnico disse ainda que o controle químico é apenas uma das ações do programa e que a principal ação ainda é a limpeza e/ou a manutenção dela nas residências por parte dos proprietários.
Animais
Os cães podem ficar infectados por vários anos sem apresentarem sinais clínicos. Esses cães são fontes de infecção para o inseto transmissor, o “mosquito palha”, e um risco à saúde de todos. A única forma de detectar a infecção nesses animais é através dos exames de laboratório específicos.
Redução
De acordo com dados do CCZ, os casos da doença diminuíram consideravelmente no Município. Em 2013 foram registrados 101, em 2014 foram 49 e em 2015, 40. A redução é de 50% em casos com óbitos sendo que, em 2014 foram 4 óbitos registrados e, em 2015, dois.
“As estratégias de controle são executadas através da vigilância de casos humanos, vigilância e controle de casos caninos, controle químico vetorial e em ações de educação em saúde desenvolvidas na comunidade e em escolas”, frisou.
É fundamental a limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (restos de folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos palha se desenvolvem) e destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das formas imaturas dos vetores;
Bairros
As ações de controle químico (borrifação nas residências) foram planejadas nos bairros com maiores risco de transmissão. Esta ação será realizada em dois ciclos anuais (abril a julho/agosto a novembro 2016): Araguaína Sul, Maracanã, São João, Universitário, Raizal e Parque Bom Viver, ressaltando que outros bairros podem ser inclusos, a partir de novos casos que possam ocorrer em 2016.