Familiares visitam túmulos para prestar homenagens, refletir sobre a brevidade da vida, render homenagens e orações para entes queridos sepultados
A saudade que não passa, a lembrança dos dias vividos entre os familiares. Quem passou nos cemitérios de Araguaína neste domingo, Dia de Finados, relembrou os momentos vividos com os entes queridos que já faleceram. Como foi o caso da dona Antônia Maria da Silva, 60 anos, que velava juntamente com o filho, nora e netos os túmulos de sua filha e seu esposo, mortos respectivamente a 13 e 7 anos. Para ela, o Dia de Finados representa voltar ao passado e relembrar os momentos felizes.
A estudante Cidiléia Pinto também foi visitar o túmulo de sua mãe, no cemitério do Bairro de Fátima. “Perdi minha mãe há dois anos após um AVC, mas até hoje não me conformo”, conta a estudante.
No mesmo cemitério, a família de Mário Neto relembra a sua perda ocorrida em 2009, aos 24 anos, em um acidente de moto. A avó do rapaz, Bernarda Santos, de 76 anos, conta que o Dia de Finados tem sido de vigília e orações desde a perda do neto que ela criou.
A presidente da Fundação de Atividade Municipal Comunitária (FUNAMC), Cleide Melo, comentou que a movimentação no Cemitério São Lázaro ficou dentro das expectativas, cerca de 60 mil pessoas, sendo o fluxo de pessoas deu-se mais no início da manhã e depois à tarde, já finalizando o horário para visitas. A Prefeitura disponibilizou sete banheiros químicos, cinco tendas, centenas de cadeiras, som e água para receber os fiéis.
Celebrações
As igrejas também realizaram diversas ações nos cemitérios. Entre distribuição de livros, oferta de água e café e eventos religiosos, encontramos os adolescentes Stênio Silvério, de 12 anos, e George Luís, de 15.
Os dois garotos, vestidos de desbravadores, abordavam as pessoas e ofereciam palavras de conforto e esperança. “Para nós, falar a palavra de Deus é distribuir um pouco do amor que recebemos todos os dias”, conta Stênio após entregar o livro “A esperança”, de Helen White.
Na distribuição de água ao som de música gospel, estava a coordenadora do evento Arele Oliveira. Com um sorriso, ela disse que o gesto representa a gratidão pelas ações de Deus em suas vidas.
Geração de renda
Para alguns empreendedores, o momento também foi de ter uma renda extra. Há cinco anos, o casal de artesãos Ludinalva Alves e Raimundo Neto vendem flores, coroas e decorações em frente ao Cemitério São Lázaro no Dia de Finados. Em dois dias, eles venderam cerca de 100 peças e faturam de R$ 600 a R$ 700. “Durante todo o ano, fazemos o nosso próprio material em casa e nos preparamos para este final de semana”, aponta a artesã, que conta ainda com a ajuda de duas sobrinhas para atender os clientes.
Mais infraestrutura
A movimentação frente à casa de Maria do Socorro, desde que passou a morar próximo ao cemitério, em 1994, há tempos não tinha sido tão grande. “As pessoas não usavam mais esta rua para transitar devido às péssimas condições, nesta época o trânsito se concentrava em ruas mais distantes do cemitério”, adiantou a moradora da Rua Rio Lontra, onde foram realizados este ano serviços de drenagem e pavimentação com CBUQ e construção de meios-fios e sarjetas.
Apoio
O único cemitério público de Araguaína existe há mais de 58 anos e segundo os registros da FUNAMC há pelo menos 35 mil corpos sepultados. A ação do Dia de Finados contou com o apoio da Secretaria Municipal da Saúde, que disponibilizou duas equipes multiprofissionais, composta por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para atendimentos de emergência aos visitantes, caso houvesse necessidade.
Fotos: Leila Mel