Projeto pretende resgatar a história da cidade com exposição de máquinas e um painel de fotos a céu aberto no canteiro central do perímetro urbano da BR-153
Em entrevista ao Portal O Norte, o prefeito Ronaldo Dimas assegurou que há um projeto para a construção de um museu ao céu aberto, nos canteiros centrais da BR-153, no perímetro urbano da cidade, expondo as máquinas e um painel fotográfico mostrando a construção da rodovia. Existem mais de seis máquinas no pátio da Secretaria de Infraestrutura e outra ao lado do Estádio Gauchão.
“A ideia é fazer uma recuperação da carcaça, muito provavelmente em parceria com os próprios fabricantes, e montar um museu ao ar livre nos canteiros centrais da Belém-Brasília em Araguaína, com alguns painéis com fotos, lembrando a história da construção da rodovia”, explicou o prefeito, que ressaltou a importância da participação da iniciativa privada para concretizar o projeto.
Ainda segundo o prefeito, em alguns trabalhos a prefeitura usaria a sua própria mão de obra. “Também usaríamos o nosso próprio pessoal para a recuperação, que trabalha na Secretaria de Infraestrutura, para a recuperação da pintura”, informou.
Sobre o prazo de execução desse projeto, Dimas não especificou uma data inicial e nem de entrega, mas ressaltou que seria um trabalho gradativo. “À medida que for recuperando um equipamento, a gente vai instalando ele em um local. Temos que desenhar bem esse projeto, afinal vai ser utilizado um canteiro central de uma rodovia federal e com alguns painéis de fotos antigas. Espero que a gente tenha isso preparado ainda nesse ano para que no início do próximo ano possamos iniciar esses trabalhos”, finalizou.
As pessoas que costumam passar na rua que dá acesso a Pequena Central Hidrelétrica do Corujão (PCH Corujão), conhecida como Barragem do Corujão, em Araguaína, percebem que no caminho há uma máquina abandonada. Para quem conhece um pouco da história da cidade, sabe que aquela máquina é uma das que contribuiu para a construção da BR-153. O equipamento fazia parte do lote do pioneiro da cidade, George Iunes, conhecido por todos como “Seo Gaúcho”. Ele também foi quem acompanhou e ajudou a construir a Belém-Brasília, ao lado de Bernardo Sayão.
Ao todo, o lote de “Seo Gaúcho” tinha cerca de 50 máquinas e 40 caminhões, que fizeram parte da construção da BR-153, no início da década de 60. Até o presidente Juscelino Kubitschek, que idealizou e concretizou o projeto da rodovia, andou em uma das máquinas. Apesar desse valor histórico e patrimonial inegável, não só para o município araguainense como para o Brasil, as máquinas e os caminhões, além de outros equipamentos que pertenciam ao Seo Gaúcho, foram leiloados em 2007.
Na época da venda das máquinas, a filha do pioneiro, Leila Iunes, justificou o leilão. De acordo com Leila, a única alternativa para não perder as máquinas com o desgaste do tempo ou por depredação seria a venda delas, além de custear as despesas médicas do pai, que passava por um tratamento médico.
Museu de Araguaína
Questionado ainda sobre a construção de um Museu para Araguaína, o prefeito explicou que algumas coisas da cidade ainda merecem atenção muito grande do poder público, que envolve, além dessa atenção, um recurso significativo. “A gente está em um período de reconstrução da cidade. Fica um pouco difícil nesse momento a gente pensar na construção desse museu. É preciso parcerias, buscar recursos do Governo Federal. Além do Museu, a gente tem uma necessidade de um Centro de Convenções, que é uma obra cara. Enfim, existem algumas situações enfim que exigem da gente uma dedicação maior”, explicou.