Moradores das Ruas Frei Caneco, Senhor do Bonfim e das Faias comemoram avanços nas obras do sistema de drenagem profunda
Sorrisos e satisfações substituíram o choro e o medo a cada nova chuva dos moradores das Ruas Frei Caneco, Senhor do Bonfim e das Faias no setor Tereza Hilário Ribeiro, em Araguaína. Em janeiro desde ano, uma cratera derrubou seis casas e deixou diversas famílias desabrigadas. Após cinco meses, os moradores veem o avanço das obras que farão o sistema de drenagem profunda das ruas e sentem que o medo dará lugar à satisfação.
“Quando chovia, a gente pensava que ia acabar com tudo. O medo era demais. Parecia coisa que a gente via em cidades grandes”, afirmou a doméstica Lindalva Dias de Souza, 30 anos, moradora do lote 1 da Rua Frei Caneco. Perguntada sobre o que está achando das obras, ela responde: “Satisfeita. Voltamos a sonhar com a valorização de nosso setor. Achávamos que ia ser somente mais um remendo. A gente olha e nem acredita”.
O aposentado Raimundo Pereira da Silva, de 69 anos, olhando para o seu neto Erick Gustavo, de 1 ano e 4 meses, disse que muitas vezes pensou em sair do setor. “Minha casa alagou várias vezes. Se fosse apenas uma obra como as outras, eu já teria saído daqui, porque não quero isso para os meus familiares, e agora sei que não vai mais acontecer o que vinha acontecendo”, falou Silva, que mora na Rua das Faias desde 2002.
Sorridente, o comerciante João Evangelista Palmeira, o Frances, afirmou que “agora estamos no céu”. Segundo o comerciante, sempre ameaçados de que suas casas iriam cair, os moradores da região já não dormiam mais à noite, porque a cada nova chuva a cratera abria mais. “Se não fosse a atitude imediata da Prefeitura, mais casas tinham ido para o buraco”, acrescentou.
Um dos pioneiros no setor, Benedito Ferreira Lima, de 57 anos, que mora há 20 anos na Rua Frei Caneco, disse que sua casa foi condenada pela Defesa Civil. “Eu poderia ter saído, mas com a eleição do prefeito Ronaldo Dimas, eu acreditei que ele ia fazer diferente. E fez. A diferença dele para os outros que passaram por aqui é que ele se preocupa com o andamento das obras, entra no mato, olha e fiscaliza”, afirmou Lima, que é cadeirante desde que um acidente de trabalho causou danos irreversíveis em sua coluna.
A ex-moradora da Rua do Bonfim, Maria de Jesus Muniz, 47, que teve sua casa derrubada pelas chuvas, conta que durante três anos viu muitas cenas de horror. “Os vizinhos penduravam as crianças para a água não levar. Mas ninguém tinha para onde ir”, relembrou. Agora, Maria de Jesus mora em uma casa alugada e recebe a ajuda da Prefeitura até receber uma nova moradia pelo Projeto Minha Casa Minha Vida. “Quando volto aqui, relembro as cenas e nem acredito que isso está acontecendo”.
O secretário de Infraestrutura do município, Simão Moura Fé, afirmou que as obras estão em estágio de finalização. O sistema de drenagem superficial, composto pelo canal de gabião – estrutura de pedras e telas de arame que tem a função de conter as encostas e encaminhar a água das chuvas –, está finalizado. Toda a água escoada pelas galerias cai no canal de gabião e é encaminhada para os córregos da região. “O fluxo de água na região é muito grande, por isso acredito estas tubulações vão ser fundamentais para evitar inundações”, afirma Simão.
Apenas serviços de meio-fio e bocas de lobo estão em fase final. De acordo com o secretário, um projeto de urbanização, inclusive com um campo de futebol, será implantado na área reestruturada.