Produtos químicos da água da lavagem de roupas e quintais reagem com o asfalto danificando a pavimentação. A água parada também acarreta em dengue e outras enfermidades
Há anos, a água servida figura entre os principais agentes de desgaste do asfalto de Araguaína. A operação de recuperação das ruas promovida pela Prefeitura está sofrendo com este problema. Serviços são danificados e outros nem sequer podem começar por causa do despejo da água nas ruas. “Temos um cronograma de trabalho para a recuperação das vias. Mas as dificuldades por causa da água servida muitas vezes atrasaram estes prazos”, explica o secretário de Infraestrutura, Simão Moura Fé.
E o prejuízo não é apenas para o poder público. “Quando um serviço é feito e depois desfeito pela água servida, as equipes precisam voltar para o local e refazer o trabalho. É dinheiro gasto desnecessariamente. Este é o dinheiro do contribuinte”, lembra o prefeito Ronaldo Dimas.
Hábitos ruins
Quando uma residência é construída sem um planejamento adequado, toda a água da lavagem de quintais, garagens e até da pia da cozinha e máquinas de lavar roupas é jogada na rua, trazendo inúmeros transtornos para vizinhos e para a cidade. A água despejada possui componentes químicos como sabões, óleos, detergentes e alvejantes, que entram em contato com o asfalto e danificam a pavimentação. “É importante lembrar que o asfalto é de origem orgânica (carbono) e por isso reage com os compostos dos produtos”, diz o secretário de Infraestrutura.
Em outras situações, quando a água servida é despejada em regiões de declínio (descida), ela ganha mais força, penetra em algumas rachaduras sob o asfalto e arrasta a terra que serve como base para a pavimentação. O resultado disso é um terreno instável, sujeito a mais buracos. Esta água também escorre para as redes de águas pluviais e acaba contaminando córregos e rios da região.
Risco de doenças
Acumulada nas sarjetas, a água parada se transforma em criatório para o mosquito da dengue, além de contribuir para a proliferação de bactérias que, em contato com humanos, podem causar doenças como diarreia, cólera, leptospirose e até hepatite.