Para qualificar e aperfeiçoar os serviços públicos atualmente oferecidos às comunidades de imigrantes e refugiados de Araguaína, a Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação capacitou profissionais da rede municipal de saúde, nos últimos dias 19 e 20, sobre os direitos dos imigrantes e todos os processos criados pelo Município para acolher e atender as famílias.
Maria Aparecida da Silva já esteve na condição de imigrante quando morou por três anos na França e sabe como profissionais preparados fazem a diferença durante o acolhimento aos estrangeiros. A auxiliar de saúde bucal na UBS Dr. Francisco Barbosa de Brito, da Vila Aliança, foi um dos 59 servidores contemplados com a capacitação.
“Por meio dessa aula percebi que o acolhimento de lá não é bom e tão humano como é o nosso aqui do Brasil, principalmente em Araguaína, que busca oferecer liberdade, humanização e amor”, comparou a servidora.
Um olhar humanizado
"Atendemos eles não só pensando no presente, mas trabalhando para que possam ter acesso pleno aos seus direitos. Ao invés de implementarmos um abrigo, optamos por outra abordagem, que é a da orientação contínua e prestação de serviços que os ajude a se inserir no mercado do trabalho, bem como os encaminhamentos que, a médio e longo prazo, vão possibilitar a eles autonomia e independência financeira. Nossa linha de trabalho sempre serão os direitos humanos", explicou a diretora interina de Políticas Públicas Setoriais, Rhaíssa da Rosa.
Compreender e acolher
As UBS é um dos serviços de portas abertas para a comunidade e que muitas vezes pode atender os imigrantes antes mesmo da Assistência Social. Para oferecer serviços de excelência, os servidores precisam compreender o contexto social e até psicológico vivenciado por eles.
“Há um rompimento com o vínculo familiar e a preocupação com quem ficou, choque cultural, linguístico e por causa disso imagino que, na cabeça deles, passe um turbilhão. Muitas vezes, eles podem não conseguir lidar com todas essas consequências, por isso não é um simples atendimento, é um serviço de acolhimento”, explicou a coordenadora de Minorias Sociais, Giliana Mendes.
Resultado
Durante a aula, os servidores aprenderam sobre os dados da imigração na América Latina, a realidade de Araguaína, que hoje atende 145 imigrantes e refugiados, a situação jurídica desse público, documentação necessária e serviços oferecidos. “Nunca atendi um imigrante no consultório odontológico, mas agora, com essa capacitação, me sinto mais qualificada”, avaliou Daiana Lopes, auxiliar de saúde bucal.
Cidade reconhecida
No começo deste ano, Araguaína recebeu o selo MigraCidades, um reconhecimento da OIM (Organização Internacional para as Migrações), vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas), para os municípios que investem em ações em prol dos imigrantes. Essa certificação nacional visa aprimorar a governança migratória local em todo o Brasil, promovendo políticas públicas qualificadas, planejadas, seguras, regulares e responsáveis para os imigrantes.
Araguaína se destacou em três categorias: capacitação de servidores públicos e sensibilização sobre os direitos dos imigrantes, transparência e acesso à informação, bem como acesso ao mercado de trabalho mediante capacitações e mutirões de empregabilidade. Para obter mais informações sobre os serviços de apoio da prefeitura, os imigrantes podem entrar em contato pelo telefone (63) 99273-9796.
(Por Giovanna Hermice | Fotos: Marcos Filho Sandes / Secom Araguaína)
“Percebi que o acolhimento de lá não é bom e tão humano como é o nosso aqui do Brasil, principalmente em Araguaína que busca oferecer liberdade, humanização e amor”, disse Maria Aparecida da Silva, que foi imigrante na França durante três anos
“Ao invés de implementarmos um abrigo, optamos por outra abordagem, que é a da orientação contínua e prestação de serviços que os ajude a se inserir no mercado do trabalho”, explicou Rhaíssa da Rosa